Eu sempre sei quando estão mentindo pra mim. Sempre sei que tem ainda algo que precisa ser dito. Sei que preciso deixar tudo lá, dentro do confessionário, fechado. Cadeado. Chaves jogadas em um universo intocável.
Contrapartida: minha curiosidade consegue arrombar qualquer cofre. Qualquer alma. Eu sou incansável na busca pelas respostas que eu já tenho, mas que preciso ouvir. Mesmo que me custe o sono. Mesmo que me custe a falta de saber o que fazer.
Deixo tudo como está. Não mexo em nada, não espero mais nada. MENTIRA, espero sim. Não entender o porquê de se estar agindo dessa ou daquela forma. Não quero abrir mão agora mas também não quero ficar. Exigi um meio-termo apesar de saber da impossibilidade de tê-lo.
Faça um trato comigo: me diga que foi tudo uma brincadeira de mal gosto e fingirei que acredito em você. Que se chore todas as lágrimas: por ele, por mim. Eu não tenho ainda uma desculpa pronta.
Ofereço os dias-após-o-outro. Um pãozinho dormido, um café com leite no dia seguinte. Gastrite e insônia. Amor que já nasceu errado.
De que vale ter um coração completamente destruído?
Wendy.